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TALITHA BORGES
( BRASIL -SÃO PAULO )

 

Talitha Borges tem 27 anos, nasceu na cidade de São Paulo,
e mora em Campinas desde 2010. 
Poeta e atriz, formou-se em Artes Cênicas pela UNICAMP.
Escreve poemas desde os onze anos de idade, alguns deles podem ser lidos em seu blog "Poesia Visível", no link http:??ex-crita.blogspots.com , onde publica desde 2008.
Em 2015, ganhou o III Prêmio de Literatura (2º. Lugar - Poesia), nove de seus poemas foram publicados em coletânea pela Editora Edufes.

 

PRÊMIO SESC DE POESIAS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesias. Edição 2016.   Brasília: SESC DF, 2017.  108 p. 
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda

O monstro

                                        A você, exímio tocador, ninguém tocou?

Passei uma noite em claro, inteira, o sol atrás de mim,
E eu estava noite. No silêncio, apenas o batuque,
Eu dançava parada, eu estava viva.
Os olhos abertos no escuro, cobertor de fé no silêncio.
Deitada, meu coração era batida no colchão da Terra,
Viva, eu estava música, acordada.

Na calada da meia-noite, eu estava a pino,
E pude saber, aos poucos, e de um saber piano,
Do batuque intenso dentro do peito, que representa
O medo, o incansável segredo e pude saber, feliz desde o
primeiro susto:
Monstros tocam meu coração.

Monstros tocam o meu o coração,
Mesmo sendo intocáveis as suas mãos...
Monstros são para serem deixados em paz... nós não.
Monstros tocam meu coração, que vive, zabumba
Que vive sem perguntar se quer viver, vida irreversível,
Essa de me bater, percussão, estrondo, pequenina
explosão.

Tocadores de eternidade! Eu tenho medo! Tenho medo
e coragem!
Façam-me viver! Músicos me batam, que sou toda coração,
E coração não vive só de delicadeza, é ritmo preciso, pulso
firme, força,
A vida, o grande susto! Palmada forte! Atenção! Desfibri-
lação!

Ao coração não se pergunta se quer viver: bate indefinida-
mente,
Finito, e definido som. Ininterrupta batida na porta, não me
deixa dormir,
Na porta do meu peito, a me perguntar: quem está aí?
Porta pesada, meu peito, pesadelo, luz piscada: quem está
aí?
Tocadores de eternidade! Eu tenho medo! Eu tenho medo 
coragem!

Era noite, e eu estava amanhecida;
Pouco enrugada, mas eu já estava sabida.
Ao monstro não é dada outra maneira de existir:
Que delicadeza esta, a de não me deixar dormir.

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:
https://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html
Página publicada em setembro de 2025.



 

 

 
 
 
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